Fiocruz divulga Calculadoras de Afinidade Eleitoral Rio e Sampa

em O Iceberg na Mídia

Por meio do Informe da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz as ferramentas desenvolvidas pela equipe de O Iceberg para as eleições municipais de 2020 foram divulgadas para milhares de estudantes, professores e pesquisadores de todo o país:

Você pode conferir a íntegra da matéria logo abaixo em texto, clicando na imagem a seguir ou no próprio site da agência de notícias da ENSP/Fiocruz ou a seguir:

Calculadora detalha proposta de candidatos nas eleições municipais 2020

Print tirado da página da ENSP/Fiocruz com a reportagem.
Print da reportagem no site da Fiocruz

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Você se identifica com as propostas dos candidatos à prefeitura municipal para as eleições de 2020? Os projetos para gestão de sua cidade se alinham às suas expectativas para o próximo quadriênio? Quais são, em sua opinião, as principais diferenças entre os candidatos?

A Calculadora de Afinidade Eleitoral 2020, uma iniciativa de pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Ensp/Fiocruz) e da Montpellier Business School, na França, em parceria com o IFRJ e o site O Iceberg, se propõe a ajudar os eleitores a responder essas questões para escolher candidatos que os representem no pleito do próximo dia 15/11. Por meio de um questionário sobre as principais áreas da gestão municipal, a plataforma on-line calcula a afinidade política de cada eleitor com base nos programas de governo dos candidatos às prefeituras do Rio e de São Paulo.

A Calculadora do Rio traz 13 questões classificatórias para serem respondidas pelos eleitores sobre proteção social, educação e cultura, gestão pública, cidade e afinidade política. A versão destinada a São Paulo ganhou duas perguntas a mais que a do Rio.

De acordo com a coordenadora Ana Cristina de Sousa, do Departamento de Ciências Sociais da Ensp/Fiocruz, a motivação veio da percepção de que, mesmo com a proximidade das eleições nas maiores capitais, os eleitores pouco conheciam os candidatos e suas propostas: “A principal explicação que eu ouvia para esse desinteresse era a argumento de que ‘são todos iguais’. Mas não são!”, enfatizou a pesquisadora. E foi assim que surgiu a iniciativa de elaborar uma ferramenta que economizasse o tempo de leitura de cada plano de governo e mostrasse o quão diferentes são os candidatos à disposição.

Para calcular a afinidade entre o usuário e cada um dos candidatos, a Calculadora leva em conta, prioritariamente, as Propostas de Governo registradas pelos candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram consideradas também as respostas obtidas em consulta formal às respectivas equipes de campanha e declarações explicitas do candidato na grande mídia, nos temas onde a sua posição no programa não estivesse tão explícita. O alinhamento partidário dos candidatos nas grandes questões nacionais também foi considerado para fins de cálculo da afinidade eleitoral.

A calculadora apresenta questões em forma de “sim ou não” e dispõe de um botão “i” de informações, que traz um resumo sucinto do assunto tratado na questão, com os principais argumentos de quem é contra ou a favor. Após analisar cada questão, o usuário deve marcar “Sim ou Não” caso concorde ou discorde do que é perguntado, e apertar o botão calcular. Os resultados são apresentados em forma de porcentagem de afinidade para que o eleitor perceba qual candidato oferece um programa mais próximo aos seus interesses. A calculadora disponibiliza, ainda, uma tabela com o posicionamento dos candidatos em relação aos temas abordados e os links de onde foram retiradas as informações.

Daniel Lacerda, da Montpellier Business School, completa: “Essa calculadora se inspirou na experiência da calculadora das eleições presidenciais de 2018, que teve imensa repercussão, com mais de 5,5 milhões de simulações feitas. Naquela ocasião, como resultado de um mapeamento político de quando eu trabalhava na UFRGS, avaliamos a posição dos presidenciáveis em relação a 23 questões (sobre economia, energia, proteção social, segurança e educação). Para suprir a lacuna do Legislativo, nós da equipe do O Iceberg, lançamos em seguida o Partidômetro, cujo objetivo é ajudar o eleitor a escolher os candidatos nas eleições legislativas”, explicou.

Plataforma qualifica o debate

O professor da Universidade Francesa completou. “Não planejávamos lançar as calculadoras nos municípios, mas a Dra Ana Sousa, da Fiocruz, chamou a atenção para o vácuo do debate programático nessas eleições, especialmente nas duas maiores capitais do país. Então, montamos, em parceria com o IFRJ e o site, uma equipe para mapear as posições dos candidatos no Rio e em São Paulo. Não só tivemos um retorno super positivo, como também fomos surpreendidos com a viralizaçao do Partidômetro Eleitoral, por causa dos vereadores, um efeito imprevisto muito importante do projeto!”.

Ana alerta que a Calculadora funciona melhor para o caso de eleitores indecisos, e que ela não visa “adivinhar” o voto já decidido: “Sabemos que o voto não é o resultado de um calculo único e exclusivamente objetivo dos interesses do eleitor. O voto expressa também a nossa visão do mundo, das pessoas, do que desejamos, dos nossos preconceitos também.

Essa ferramenta não mede questões de ordem afetiva, por exemplo, como a simpatia ou antipatia que você sente por um candidato ou a sua memória de períodos anteriores”. Para ela, “a maior vantagem dessa ferramenta está em permitir a visualização de uma lista sobre a qual o eleitor pode articular os seus afetos e outras preferências de forma que razão e emoção possam se aliar na escolha política”.

Na visão da equipe, a Calculadora não só ajuda os eleitores a escolher um candidato, como também qualifica o debate e explicita os interesses em disputa. Isso graças à forma sistemática e cuidadosa como as perguntas foram construídas.